sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Foodie


Durante os anos de ditadura militar no Brasil (1964 - 1989), os jornais constumavam publicar receitas de comida protestando contra a censura. Tanto pra contar,mas ter de ficar calado.

Chegou a hora de falar sobre comida. Hoje vocês serão apresentados a deliciosa cozinha local!

Primeiro é importante esclarecer que não há uma "haute cuisine" aqui. Entretanto a produção local de legumes e frutas é soberba e compensa quaisquer exigências. Falando por mim, sendo mais uma fã da tendência terroir que de comer pagando caro, estou 100% satisfeita.

Não cozinhei nada que está aí embaixo - só tirei as fotos, todas elas com câmera ruim de celular. As transliterações não são oficiais - baseie-me na pronúncia apenas, então leia como se você estivesse lendo português.

Ful



Este prato é tem como base os feijões fava e é geralmente servido no café-da-manhã com o pão local. Você pode adicionar salsichas ou ovos cozidos se quiser algo mais substancial. Os temperos e condimentos comunmente usados são sal, alho, pimenta-do-reino, cominho e salsinha.

My verdict: um dos meus favoritos para ser comido a qualquer hora do dia. Eu já até tenho minha banca de rua favorita para ser abastecida de ful, mas parece que muitas pessoas concordam comigo, porque eles começam vender às 7 horas da manhã e na hora do almoço já acabou todo o ful. =P

Arroz

Esta é uma foto de arroz, não de pudim de arroz! Inacreditável como as pessoas aqui conseguem "montar" o arroz deste jeito e ainda, com algum segredo passado de geração a geração e que os brasileiros aqui residentes ainda não descobriram, quando você serve seu arroz, ele se esparrama soltinho no prato. A cor amarelada é de alguma maneira relacionada aos "caipiras", como uma amiga me explicou. Os/As cozinheiros/as da capital servem um arroz alvejadamente branco. 

Meu veredicto: Tenho uma forma de arroz aqui no apê e não sabia que era pra "montar o arroz", mas achei que fosse pra assar pudim! O arroz aqui é um problema para os brasileiros que querem soltinho como os locais gostam, mas nós somos de alguma maneira incapazes de obter os mesmos resultados com os mesmos produtos (é engraçado ouvir uma conversa sobre arroz - qual é a melhor marca, o tipo, blablabá que não vai deixar o arroz empapado).  As cozinheiras que perguntei qual é o segredo me disseram que elas fritam o arroz no óleo antes de colocar água, mas isso é exatamente o que fazemos em Minas Gerais. O arooz local é muito gostoso e é tanto a base de vários pratos, como o acompanhamento. Eu prefiro o estilo "caipira" e gosto mais do arroz dourado. Aditivos que deixam o arroz branco são um grande 'não' pra mim. 

Uarac Aineb
 

Um rolo recheado de arroz e envolto em folhas de parreira. Você vai achar tanto a versão vegetariana com arroz apenas - e algumas ervas - mas também pode pedir/fazer com frango ou carne moída. É temperado com molho de tomate, cebola, suco de limão (o limão daqui é o verdinho e pequenininho como no Brasil), sal, pimenta do reino e cominho. 

Meu veredicto: outro favorito. É tão bacana ver as folhas de parreira sendo vendidas no mercado, uma prova de que nada na Natureza precisa ser desperdiçado. Também gosto do fato que a comida do dia a dia leva pouca carta, de um jeito que fica balanceada, mas sem a necessidade de exagerar nenhum ingrediente. Entretanto, não tenho nenhuma motivação pra preparar meus próprios rolinhos - a idéia de trabalhar com as folhas de parreira me parece tarefa hercúlea para uma pessoa desastrada como eu.

Molho de Iogurte (com frando assado no fundo)


Comi diversos molhos de iogurte sem ser atraída por nenhum em particular. Gostei de todos, no entanto, e espero que saiba fazer um ou dois molhos quando deixar o país.

Meu veredicto: embora os molhos sejam deliciosos e eu goste de ter algo cremoso em cima da salada que não seja queijo - apenas para o efeito da variação - eu confesso que tinha idéias românticas sobre iogurtes no Oriente Médio. Todos os iogurtes que encontrei até agora tem uma lista de ingredientes mais parecida com elementos da tabela periódica que coisas que você esperaria encontrar num livro de receitas. A parte positiva é que eu posso comprar um pode de 1 kilo de iogurte natural. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Feliz Dia de Ação de Graças!


Escrevi sobre meu gosto por relacionar tradições e comida por ocasião da Páscoa. Não tendo uma razão para fazer nenhuma conexão com o Dia de Ação de Graças americano, mas querendo provar uma torta de abóbora, assei algumas tortas e elas se tornaram "a favorita" de alguns amigos.

Hoje eu tive a oportunidade de descobrir como um tradicional Dia de Ação de Graças é. Então, em eio aos conflitos entre Israle e Gaza, as manifestações na Jordânia e a situação não resolvida da Líbia, eu:

- comi carne de peru pela primeira vez;
- compartilhei com uma amiga que estava do meu lado, razões pelas quais eu estou agradecida;
- aprendi que as pessoas normalmente escrevem aos amigos para dizer que estão gratas por eles!


Então, aqui está, meus amigos, um cartão pra vocês. Obrigada a todos pela sua amizade e apoio. Amo todos vocês!!!

Clique AQUI para ver o cartão. A propósito, aquele endereço de e-mail que aparece no cartão é um endereço falso. Eu não quero spam chegando na minha caixa postal, certo?

Um muito obrigada a família que me convidou para fazer parte de suas tradições do Dia de Ação de Graças!. =)

sábado, 17 de novembro de 2012

Reminiscências


Essas fotos foram tiradas no último verão brasileiro, quase um ano atrás. Uma tarde na varanda da casa dos meus pais, a grama cheirando a sol e um importante dilema para resolver: estamos com o povo de Devon ou concordamos com os de Cornwall? (condados no sudoeste da Inglaterra) 


Uma versão tropical do "scone" de Devonshire, com geléia caseira de abacaxi. 


"Scone" de Cornwall da maneira mais tradicional, com geléia caseira de morango. 

AQUI você pode ler sobre a competição Devonshire X Cornwall (basicamente, em Devon você come os scones com geléia por cima do chantili, enquanto que em Cornwall, o chantilli vem por cima da geléia). Algumas pessoas perguntaram sobre a comida local e pediram receitas. Tô de devagar no assunto - gosto da comida locl, mas quando o assunto é cozinhar, normalmente me atenho às minhas antigas receitas. Mais que cozinhar, assar é um hobby. E ainda que soe estranaho, morando no Oriente Médio (mas também poderia soar estranho, morando na América Latina), nada é mais gostoso pra mim do que uma tarde preguiçosa com itens saídos do recém-assados e uma xícara de chá quente. (Num dia perfeito, eu teria cantado a manhã toda e vou passar a noite inteira lendo). 

Assar aqui durante o verão foi uma loucura, por causa do calor. Então eu desisti. Mas agora que as temperaturas estão diminuindo, o forno está ficando ativo pouco a pouco. Também é um sinal de que a vida está se encaixandoo fato de que o termo "caseiro" não é propaganda falsa, mas um adjetivo verdadeiro para as comidas que encontro na geladeira e no armário. 

Melhor ainda é poder compartilhar. Agora que tenho uma companheira de república, dividir bocados de gostosuras ficou muito fácil! : D E num tempo da vida quando 'tempo' é o que eu não tenho, essa brilhante idéia de 'scones' é muito atrativa. 'Scone" pode ser traduzido como 'bolinho", mas a tradução não dá conta do que ele realmente é. Ana Granziera acertadamente descreve 'scones' como algo entre pão e bolo, que são fácilmente feitos misturando todos os ingredientes com uma colher de pau e botando pra assar. 

Mas mesmo assim, quando um feriado está a caminho, ajuda muito! Ontem foi o "Ano Novo Islâmico". Um tema muito complicado, que não vou tentar explicar neste blog. Você pode ler sobre isso na Wikipedia. Interessante que não vi uma única loja fechada e muitas pessoas estavam trabalhando como um dia normal. 

Estou na expectativa de mais dias 'normais' paramim: amigos para ter boas conversas, compartilhar boa comida e boa música. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eid al-Adha


Quando você trabalha numa escola internacional, você as vezes se esquece de onde você está morando. Primeiro, você não fala árabe no trabalho, que é o lugar onde você passa a maior parte do seu dia. Ainda que a escola tenha muitas pessoas nativas, eles falam a língua da escola - inglês, no nosso caso. E também, você vive nesse ambiente da "terceira cultura", como os antropólogos chamam. Essa mistura de culturas: não a cultura local, não a sua cultura, não a cultura oficial - que seria a cultura americana, no nosso caso, só porque a gente sua o currículo escolar americano.

Aí, você dá de frente com uma cena destas:


E você se lembra: ah... é mesmo... estou no Oriente Médio. E o Eid al-Adha tá chegando (não é só porque é Oriente Médio, que você vê algo assim todo dia. E, a propósito, no Brasil, eu via, as vezes, umas cenas parecidas, perto de onde a casa dos meus pais fica. Como nós, belo-horizontinos dizemos: BH é uma grande roça! rs).

Hoje é o primeiro dia de Eid al-Adha. Significa "Festa do Sacrifício",quando os mulçumanos celebram o fato de que Deus providenciou um carneiro para Abraão, de modo que ele pode poupar seu filho Isaque de ser sacrifícado. Você encontra a narrativa em Gênesis, um livro sagrado para judeus, cristãos e mulçumanos, mas a prescrição do Eid al-Adha vem do Alcorão.

Há uma oração especial para o Eid al-Adha e as pessoas devem colocar suas melhores roupas para fazê-la. Além disso, os carneiros da foto são para o sacrifício. Se você tem dinheiro para comprar um animal (que também pode ser uma vaca, uma ovelha, um camelo ou uma cabra), você vai sacrificá-lo. Um terço é para você e sua família, um terço para seus amigos e parentes, um terço para os pobres.

De acordo com uma informação encontrada na Wikipedia, "apenas no Paquistão, quase 10 milhões de animais são abatidos nos dias do Eid, custando mais de 3 bilhões de dólares americanos". Um dia santo é também uma possiblidade para um cessar-fogo, quando você tem uma guerra acontecendo ao seu redor,como na Síria. Infelizmente, uma trégua oficial não significa que ela vai realmente acontecer. Você pode conferir sobre a situação da Síria no site da Al Jazeera (em inglês).

Para mais informação sobre as tradições e práticas do Eid al-Adha, confira o artigo da Wikipedia.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Uma semana com papai e mamãe - UAU!


Então, de fato aconteceu. Mamãe e papai vieram aqui e passaram uma semana comigo. Depois de tantos meses sonhando e conversando a respeito, eles apareceram naquele fatídico portão da Chegada.

Meu guia de viagens "Lonely Planet" deu a melhor descrição da cidade até agora: abrace o aparene caos, conte uma piada e aprenda a olhar através da poeira para ver as cores verdadeiras da cidade. Embora, o Norte seja bem diferente do Sul e a capital diferente de tudo o mais, eu diria que a descrição se aplica ao país. Então, tivemos uma semana juntos para ver as cores verdadeiras, ouvir os verdadeiros sons e provar os verdadeiros sabores.


Aqui vão alguns dos momentos mais memoráveis:

1) Mamãe aprendeu a atravessar as ruas como uma pessoa da terra em dois dias. Demorou cinco meses até eu conseguir...
2) Eles dois acham que os motoristas aqui são os melhores do mundo. Com esse tráfego louco, tão poucas batidas... 
3) Papai declarou que se morasse aqui, só tomaria taxis. Muito barato!
4) Eles amaram as cebolas, os tomates (vermelhos de verdade, com gosto de tomate de verdade), "aish baladi" (o pão local), as castanhas, as tâmaras, as uvas (e elas estavam longe de como eram as melhores no auge do verão), em mencionar os sucos frecos de frutas;
5) Eles também aprenderam algumas palavras em árabe. Tô muito orgulhosa disto.
6) Uma semana aqui e eles já viram um pouco de chuva. Eu estou aqui há seis meses e foi a minha primeira vez também. Dois minutos de chuva, mas eu fiquei mais do que empolgada por causa disto.
7) Eu era quem queria voltar mais cedo pra casa; eles eram quem perguntavam: o que vamos fazer agora? 
8) Eles ficaram encantados com o deserto, com o contraste entre o deserto e o mar azul safira, pelo contraste entre as verdes planações e o deserto por toda a estrada;
9) Eles provaram café Turco - não filtrado e com cardamomo. Mas com tantas coisas pra experimentar, saíram sem comer Manjar Turco!
10) Finalmente, depois de ver o maior shopping center do Oriente Médio, papai concluiu: é... cê até que pode viver bem aqui. [kkkkkk]



E então eles foram embora. Eu amo estar aqui. Mas eu tenho muita saudade deles. E caros amigos: tenho saudades de todos vocês. Quando é que vocês virão olhar olhar através da poeira para ver as cores verdadeiras da cidade? 

sábado, 15 de setembro de 2012

Quando os penduricalhos ficam


As vezes já é final de janeiro e as decorações de Natal ainda estão amontoadas na sala (especialmente naqueles que não sabem que o dia de Reis, 6 de janeiro, é o dia oficial de des-decorar). Eu encontrei algumas decorações do Ramadã na minha câmera fotográfica (a qual caiu e está estragada agora) e pensei que, embora o Ramadã acabou, não seria má idéia compartilhar aqui com vocês. :-)




Bem, depois de quase um mês escrevendo diáriamente eu precisava de uma pausa. Mas a Louca da Lu está de volta e ela tem um montão de coisas sobre as quais ela quer escrever. 

Por exemplo, vocês repararam que manifestações se tornaram populares em todo o mundo? Japão, Espanha, África do Sul, sem mencionar todo o Mundo Árabe. Só achei que seria válido mencionar... 

Té mais povo!

sábado, 18 de agosto de 2012

Diário do Ramadã #27


Hoje é o último post sobre o Ramadã. Porque o mês de jejum termina hoje.

Amanhã - e depois de amanhã - vai ser feridado aqui (lembre-se, final de semana aqui é sexta-feira). O feriado é chamado Eid ul-Fitr. Significa algo como "Festividade pelo Fim do Jejum". Me contaram que as pessoas vão celebrar nas ruas e se divertir. Infelizmente, também li nos jornais que o assédio às mulheres aumenta consideravelmente durante o Eid. Parece que é tão sério que um movimento feminista local vai promover patrulhas nas estações de metrô.

Eu pensei que um bom motivo pra orar a respeito é pedir pelo fim do assédio sexual. E, porque não vai terminar de repente, pedir para que nós, mulheres, aprendamos a manifestar contra o assédio, e que a gente não se sinta culpada ou desvalorizada por causa dele.

O curta a seguir trata do problema. Está em árabe, mas eu tenho certeza de que você vai enteder tudinho: o assédio, a voz interior acusando-a, a vergonha, o sofrimento e o estágio final quando ela se MANISFESTA. Haverá um ponto final.




Como está no final do vídeo:

você não está elogiando
você está assediando
seu silêncio o permite. manifeste-se. 

Esta é a minha oração e celebração do Eid.

Você pode ler o artigo da Wikipedia sobre o Eid AQUI.

PS: eu ia escrever um post sobre o Eid comentando sobre todos os maravilhosos biscoitos que apareceram na padaria e sobre como os mercados estão cheios. Mas como, se eu abro o jornal (eletrônico) e uma página leva a outra sobre o assunto que eu escrevi? Definitivamente, não sou eu a pessoa a ficar calada, certo?

PS2: uma bomba em Herat, Afeganistão, mata 12 civis. Taliban dizendo Eid Karim! (Eid generoso) - eles afirmam que a matança dos útlimos dias é a mensagem do Eid deles. Não que eu vá racionalizar em cima de disto, mas acho que hoje eu estou me sentindo a la John Lenon: Eid Mubarak (Eid feliz), War is not Over. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Diário do Ramadã #26


Há um lugar que eu realmente gosto aqui. É o serviço de imigração. Quão diferente é das demais partes da cidade. Embora as mulheres ainda partipem da esfera pública aqui - como cantoras, estrelas da TV, apresentadoras do jornal noturno e caixas de supermercado - o setor público são os lugares mais favoráveis às mulheres. Nestes lugares, as mulheres geralmente não recebem menos que os homens e são mais bem vindas que na iniciativa privada.

Então é sempre um prazer ir a imigração. Todas aquelas mulheres de veu a gargalhadas durante o café da manhã, gritando com os homens que estão do outro lado do balcão de atendimento e dizendo a todo mundo pra obedecê-las. Fale sobre "empoderamento" das mulheres... Eis um lugar em suas vidas em que elas tem poder - e melhor ainda, elas sabem que tem.

Como foi diferente pedir por um visa durante o Ramadã. Sem mau humor, mas também sem café da manhã juntos, para começar. Tente imaginar: o horário de funcionamento vai das 8:00 as 14:00, mas esteja certo de que as oito, todos eles e elas estarão sorvendo seus chás e comendo aish baladi com algo dentro: pode ser queijo feta, feijão, pepino ou ovos. Eles estarão esperando pelos oficiais trazer os documentos, com os quais elas vão trabalhar, com riso e um animado bate-papo. É claro, que não durante o Ramadã.

Nestes dias você tem salas bem tranquilas. Todos os funcionários públicos estão esperando pelos papéis e eles não tem muito o que contar aos outros. Sem sorrisos. A mulher que sempre me atende estava até educada desta vez. Justiça seja feita, parace que os estrangeiros estavam mais educados com ela também - era como se a energia de todo mundo tivesse ido embora.

Tomara que da próxima vez o lugar esteja cheio de vida de novo. ;-)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Diário do Ramadã #25


Hoje escreverei o post mais sombrio desta série sobre o Ramadã. Não que tenha acontecido comigo. E, na verdade, provavelmente não tem a ver com o Ramadã per si - qualquer grande evento nacional teria as mesmas consequências. Mas como alguém pode ler todas estas notícias sobre países na mesma região do mundo e não se sentir tocado? Principalmente numa época em que, apesar do mau humor das pessoas por causa de um jejum rigoroso num tempo em que reina o Narcisismo, os crentes deveriam ser mais generosos, apoiar mais uns aos outros.

Irã enfrenta a tragédia de um terremoto. Não apenas a resposta governamental é lenta... (como são a maioria das coisas durante o Ramadã), mas todos aqueles que foram feridos gravemente precisam de transfusão de sangue. Como doar sangue, porém, se você está jejuando?

E os afegãos, que tiveram sua cota de sofrimentos nas décadas passadas, agora são alvos dos ataques mais loucos. Parece que se tornou moda explodir bombas em mercados lotados de gente gastando o pouco dinheiro que tem para celebrar o Eid (o dia depois que o Ramadã termina).

Não é de chorar e tremer?

As notícias foram publicadas pela Al Jazeera. Você pode ler sobre o Irã aqui e sobre o Afeganistão aqui.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Diário do Ramadã #24


No verbete da Wikipedia sobre Ramadã está escrito que o jejum não oferece nenhum risco aos indivíduos saudáveis. Ao contrário, há até mesmo uma redução dos níveis de colesterol no sangue daqueles observando o Ramadã.

Eu decidi que queria ficar mais saudável durante o Ramadã também. Porque durante o Iftar, o trânsito é  mais leve em algumas áreas e até mesmo inexistente em outras, esta é a hora ideal para correr. Não porque eu estou correndo no meio dos carros, mas por causa dos níveis de poluição. Eu procurei extensivamente por uma pista de corrida ou outro lugar que eu pudesse correr. Não há nenhum por perto. Jogging não é popular por aqui, como é em outros lugares. E tornar-se membro de um clube está fora de questão, pois é muito caro.

Então uma amiga local sugeriu de ir numa avenida aqui perto, que é um lugar seguro, e correr na calçada. Não é o melhor jeito, mas até algo melhor aparecer, não vou parar. Toda vez que eu corro, eu fico pensando porque cargas dágua eu fiquei tanto tempo sem correr.

Ramadan karim - um Ramadã generoso pra minha saúde e minhas noites sem sono.